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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Fiocruz reforça nota técnica do Ministério da Saúde


Foto: Genilton Vieira - Agência Fiocruz
Conforme noticiado na imprensa, 80 mil frascos de inseticida foram distribuídos para a população de Foz do Iguaçu (PR) para combater o mosquito transmissor dadengue em domicílios. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) não recomenda esta medida, reforçando aNota Técnica nº 216/2011 divulgada pelo Ministério da Saúde. “O uso de inseticida é uma estratégia complementar que sob hipótese alguma pode ser tratada como a medida mais efetiva. Isso causa falsa sensação de segurança na população e o pior, provoca a disseminação de mosquitos resistentes aos inseticidas disponíveis”, esclarece Denise Valle, pesquisadora do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC. “O controle efetivo é o controle mecânico, através da eliminação dos criadouros não deixando água parada. Esta sim é uma medida que mata indiscriminadamente os resistentes e os susceptíveis a inseticidas. O spray fica por poucos minutos no ar e só efetivo no contato direto com o mosquito, desde que não seja de uma linhagem resistente”, sublinha.
Além disso, Denise informa que a população de mosquitos se recompõe muito rapidamente no ambiente, por isso a ênfase no controle das formas imaturas (ovos, larvas e pupas) do vetor, mediante a remoção mecânica dos criadouros. Além disso, as populações de mosquitos são variadas no país, cada uma apresentando níveis de resistência diferenciados.
Resistência – Existem poucos produtos disponíveis para controle do vetor. Por isso, devem ser usados com cautela, já que a resistência entre as populações de mosquitos coloca um desafio. Segundo o Ministério da Saúde, a aplicação desses produtos (inseticidas do tipo aerossol pertencentes em geral ao grupo piretróides) só deve ser feita pelas equipes de vigilância das secretarias estaduais e municipais de Saúde treinadas para o manuseio seguro destes produtos. “Apenas orientamos o uso de inseticidas quando há comprovação da transmissão de dengue, evidenciada por critérios epidemiológicos”, observa o Secretário de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Na nota técnica, a SVS alerta que “a utilização inadequada e indiscriminada destes produtos poderá causar graves consequências no meio ambiente e interferir na eficácia dos programas de controle da dengue, tornando o mosquito ainda mais resistente ao inseticida.”
10 Minutos Contra Dengue – O conceito 10 Minutos Contra Dengue foi elaborado por pesquisadores e profissionais de comunicação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) a partir do conhecimento científico sobre oAedes aegypti. Após a prospecção de parceiros para implementação da campanha, uma parceria foi firmada com a Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (SES), que anunciou oficialmente a iniciativa como tema da nova campanha de combate à dengue no Estado em setembro.
A campanha consiste em orientar a população para investir 10 minutos por semana para checar e eliminar os principais criadouros do Aedes aegypti dentro de suas residências. Devido à biologia do vetor, uma checagem semanal é o suficiente porque, do ovo ao mosquito adulto, o ciclo de desenvolvimento do A. aegypti leva de 7 a 10 dias. Por isso, agindo uma vez por semana é possível interromper o ciclo de vida do A. aegypti e evitar o nascimento de novos mosquitos adultos. A inspiração veio da estratégia de controle do Aedes adotada em Cingapura, nos anos de 2004 e 2005.
Fonte: João Paulo Soldati / Agência Fiocruz

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