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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Questões culturais ainda afastam 20% dos homens do exame de próstata

Mais do que preconceito, o homem não se sente à vontade em perder posição de chefe da casa para cuidar da saúde

As questões culturais ligadas à saúde do homem foram apontadas por especialistas como um dos fatores que têm afastado os pacientes do exame da próstata. Levantamento do Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo aponta que 20% dos homens não permitiram que o médico urologista realizasse o exame físico retal, popularmente chamado de " toque" .

Os pesquisadores relacionam o resultado da pesquisa a questões culturais, que ainda associam o homem ao único provedor da família, forte e imune às doenças. " Não é só preconceito e medo de perder a masculinidade com o exame. O homem não se sente à vontade quando 'perde' a sua posição de chefe da família para cuidar de sua própria saúde e iniciar tratamentos médicos" , ressalta o médico chefe do Centro de Saúde do Homem Joaquim Claro.

Em 2011, mais de 15 mil homens com idade entre 45 e 70 anos passaram em consultas médicas com os grupos de oncologia e patologias da próstata no ambulatório de urologia do hospital da capital paulista.
Segundo a pesquisa da unidade, deste total, cerca de 80% já conheciam o exame e sua importância na detecção precoce do câncer de próstata, e aceitaram a atuação do especialista. Os 20% restantes, cerca de três mil pacientes, não fizeram o exame.

Já quando a análise em questão é laboratorial, via exame de sangue, o pedido é bem aceito por todos os homens. O teste de PSA (antígeno prostático específico) mede os níveis desta substância e serve como um marcador biológico no diagnóstico das doenças da próstata, como a hiperplasia benigna (aumento benigno do órgão) ou o câncer de próstata.

" Podemos afirmar que os homens estão mais conscientes e, por influência da esposa e dos filhos, buscam mais ajuda médica. Mesmo assim, eles ainda vivem menos do que as mulheres. Nosso trabalho é acabar com a insegurança criando uma relação de confiança com estes pacientes" , exemplifica Cláudio Murta, médico coordenador do serviço de urologia do hospital.

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