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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Vacina contra leishmaniose canina, criada no Brasil, recebe licença definitiva

Como não há vacina contra a versão humana da doença, a melhor estratégia é imunizar cães para interromper o ciclo de transmissão

A primeira vacina contra a leishmaniose visceral canina, desenvolvida nos últimos 20 anos pela doutora em microbiologia Clarisa Beatriz Palatnik de Sousa, é brasileira e, pelos efeitos comprovados, acaba de conseguir a licença definitiva. Ela protege de 95% a 99% dos cães vacinados, com eficácia de 76% a 80%.
A doença é considerada pela OMS uma das seis maiores endemias do planeta, por atingir cerca de 500 mil novos casos em humanos por ano. Transmitida na América pelo inseto Lutzomya longipalpis, que pica cães infectados e depois contamina também os humanos, a doença afeta, anualmente, 3 mil pessoas no Brasil. "O Brasil é um dos quatro países no mundo que concentra 90% dos casos. Embora não seja endêmica no Rio de Janeiro, a leishmaniose atinge principalmente o Nordeste, com o maior número de casos (64,2%), enquanto o Sudeste e Centro-Oeste detém 13,63% e 8,22% dos doentes, respectivamente", diz Beatriz.
Segundo ela, a atual política de saúde pública determina que os cães contaminados sejam sacrificados. "Estamos motivados tanto pela necessidade de poupar esses animais quanto em diminuir a incidência da doença. A leishmaniose é uma infecção que afeta sobretudo o baço, fígado e medula óssea, provocando imunosupressão", esclarece.
Como ainda não existe vacina para humanos, uma forma para erradicar a doença é por meio da imunização dos cães, que constituem reservatório da doença. "Os dados epidemiológicos de Araçatuba e Belo Horizonte, já publicados, mostram que essa medida contribui para reduzir significativamente o número de casos em humanos e cães", confirma a pesquisadora.


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