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terça-feira, 10 de maio de 2011

Bebidas energéticas e ácool são uma combinação perigosa

Mistura disfarça efeitos da embriaguez e pode causar


O consumo de bebidas energéticas, ou energéticos, combinado ao uso de álcool tem crescido muito nos últimos anos, causando preocupações entre nós, profissionais da área da saúde. Isso porque o consumo de energéticos tem sido associado ao maior consumo de álcool e, consequentemente, aumentando os riscos de abuso e dependência alcoólica.

Os energéticos são comercializados com esse nome por apresentar ingredientes como a cafeína, taurina, vitaminas, suplementos de ervas e açúcar ou adoçantes, substâncias utilizadas para melhorar a energia, perda de peso, resistência, desempenho atlético e concentração.

Muitos desses ingredientes ajudam a "mascarar" o sabor do etanol das bebidas alcoólicas, fazendo com que a combinação se torne mais doce e palatável, contribuindo para o aumento do consumo. Além disso, a cafeína aumenta a euforia causada pela bebida e reduz a sensação subjetiva de embriaguez, fazendo a pessoa sentir que está ?menos alcoolizada? do que verdadeiramente está.

No entanto, essa mistura não reduz o comprometimento real causado pelo álcool, causando maiores riscos. Por exemplo, o indivíduo pode beber mais do que pretendia, ou dirigir após beber, colocando-se em perigo ou aos outros.

Além disso, embora pessoas saudáveis não apresentem problemas com o uso moderado de cafeína, seu consumo em grandes quantidades (como aquelas presentes em energéticos) tem sido associado a consequências graves, como convulsões, mania, derrame e morte súbita. Reforço, ainda, que existe também o importante risco de desenvolver transtornos relacionados ao uso de álcool (abuso e dependência), tornando a pessoa sujeita a comprometimentos graves em sua vida como um todo.

Uma população muito exposta a esse consumo de risco são os estudantes universitários. O uso combinado de álcool e energéticos aumenta a probabilidade de envolvimento em consequências adversas, uma vez que a frequência e quantidade de uso entre esses alunos está associada a eventos nos quais há, por vezes, também o consumo de drogas ilícitas.

Recentemente, uma pesquisa com 975 estudantes de uma grande universidade pública dos EUA investigou quanto o uso de bebidas energéticas pode representar um risco adicional ao desenvolvimento da dependência alcoólica.

Nesse estudo, a amostra foi dividida em três grupos com base na frequência de consumo de bebidas energéticas: não-uso, uso não-frequente frequente (1 a 51 vezes no ano anterior à pesquisa), e uso frequente (52 vezes ou mais no último ano). A dependência alcoólica foi avaliada segundo os critérios do DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 4ª edição, da Associação Americana de Psiquiatria).

Os resultados demonstram que o grupo que consumia quantidades elevadas de energéticos (uso frequente) também ingeria bebidas alcoólicas em maior frequência e quantidade do que o grupo cujo uso de energéticos não era frequente. Isso sugere que o uso frequente de energéticos está associado a um risco significativamente maior de desenvolver a dependência do álcool, em comparação ao não-uso e ao uso não-frequente - entre estes dois últimos grupos, não houve diferença significativa no risco para desenvolver dependência do álcool.

Nota-se que os estudantes que faziam uso frequente de energéticos (associado a maior consumo de álcool), também estavam expostos a maiores riscos de desenvolver problemas relacionados à esse comportamento, tais como desmaios e incapacidades decorrentes da ressaca.

Entre os universitários brasileiros, foco de estudo que realizamos recentemente - o I Levantamento Nacional sobre Uso de álcool, tabaco e outras drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras -, observamos que 74% dos entrevistados relataram já ter consumido bebidas energéticas juntamente com o álcool pelo menos uma vez na vida. No mês anterior à pesquisa, a prevalência de uso dessa combinação foi de 36%. Assim, é nítido que os universitários representam uma população-alvo importante para a prevenção do uso nocivo de álcool.

Fonte: Minha Vida - Saúde Alimentação e Bem-Estar

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